RESENHA | Os Sete Maridos de Evelyn Hugo: um romance único e viciante

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Por: Mariana Garcia

O livro de Taylor Jenkins Reid se tornou um grande sucesso mundial após seu lançamento, em 2017, a nível de ser um dos principais assuntos entre os leitores fãs do gênero juvenil. No entanto, eu raramente sou uma pessoa que embarca nas coisas no momento em que estão no ápice, justamente porque gosto de poder formar a minha própria opinião sobre aquilo sem correr o risco de ser influenciada pelo que a maioria está dizendo. 

Com este romance foi assim. Não que eu sempre tivesse tido vontade de lê-lo e escolhi deixar para depois, mas possuía certa curiosidade pela história devido à tamanha repercussão. E ele calhou de chegar às minhas mãos num momento oportuno, no final de 2021, quando o hype já havia passado. Porém, devo admitir que senti um enorme arrependimento em não ter investido nesta leitura mais cedo de tão excepcional que ela é.

Não sou fã número um de histórias de romance, pois prefiro enredos mais misteriosos e eletrizantes como os que encontramos em thrillers. Contudo, eu valorizo quando uma trama amorosa bem construída acontece em paralelo a outros conflitos, ou seja, sem ser o único ou principal foco da narrativa. Tal característica está presente em “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” porque, apesar de ter ênfase romântica, o enredo traz várias outras questões relevantes para o contexto da história — o que a tornou ainda mais atrativa para mim.

A escrita da autora é extremamente simples, fluida e descritiva na medida certa, o que faz com que você tenha sede em ler as páginas rapidamente, assim como eu. Ela foi capaz de criar uma obra que vai te prender, transportar para a era de ouro de Hollywood na década de 60 e tocar seu coração de forma única. Você não vai mais querer parar até que termine e descubra quem é o grande amor de Evelyn Hugo e o que ela tanto quis esconder ao longo de sua vida, sendo uma das mais importantes atrizes de cinema, e decidiu revelar numa biografia depois de anos — cuja ela demanda que seja escrita por uma jornalista iniciante chamada Monique Grant, que não consegue entender a razão de ter sido escolhida a dedo para realizar um trabalho tão grandioso.


“Quando surge uma oportunidade para mudar sua vida, esteja pronta para fazer o que for preciso. O mundo não dá nada de graça para ninguém, só tira de você” - Evelyn Hugo.


Uma das maiores controvérsias do livro se trata da personagem principal e o seu caráter. Algo sobre o que, até hoje, vejo debates nas redes sociais tentando definir se Evelyn é boa ou má pessoa. O talento narrativo de Taylor Jenkins Reid é reafirmado justamente por mostrar a dualidade da protagonista e não rotulá-la como apenas uma dessas coisas, o que torna a leitura ainda mais instigante. A escritora deixa que fique a critério do leitor o que ele quer enxergar na figura dela e o que ele quer interpretar depois de ter conhecido toda sua trajetória de vida. 

Para mim, Hugo é simplesmente humana como qualquer outra pessoa. Afinal, é impossível que um ser humano seja formado apenas por luz ou trevas. A questão é que o público está mais habituado a ver protagonistas limitados e previsíveis do que os que possuem características cruas e realistas; que é o caso.

No que se refere à parte romântica, a autora evidencia muito bem os altos e baixos que muitos casais vivem, além de abordar temas socialmente relevantes. Ela não tenta criar uma imagem de relação perfeita nem mesmo quando se trata de Evelyn e seu grande amor — o qual descobrimos a identidade antes da metade da obra — pelo contrário, talvez este seja um dos relacionamentos mais atribulados da ficção. E o anseio de que as coisas possam dar certo nos faz amar e sofrer por este casal ainda mais. 

Me limitarei a não me aprofundar sobre o romance para não dar spoilers e interferir na experiência de alguém que pretenda realizar a leitura, porque, acredite, é muito melhor quando você a faz sem saber o que te espera. Digo isso como uma leitora de suspenses que, assim que terminou esta história, praticamente obrigou uma amiga a lê-la apenas para que pudesse falar com alguém que entendesse o tamanho da euforia que sentia.

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