Por: Mariana Garcia
Separado em lados A e B, o disco inicia com um dos pontos mais altos, “Music For a Sushi Restaurant”, a representação perfeita da essência da nova era de Harry Styles. A música se trata de um synthpop com toques de soul e tem força o suficiente para tornar-se um grande sucesso devido à energia explosiva e dançante, além de ser muitíssimo chiclete.
Seguindo o clima festeiro, só que de maneira mais contida, “Late Night Talking” é contagiante a nível de te fazer querer aprender a letra para cantar junto e “Grapejuice” é capaz de causar até mesmo uma leve sinestesia. Ambas as faixas possuem harmonias pop e recursos vocais como melismas e distorções.
O smash hit “As It Was” se encaixa totalmente na proposta da primeira parte do álbum e vem para devolver o ritmo frenético ouvido na abertura. A estética também pode ser encontrada, de formas diferentes, em “Cinema” e “Daydreaming”, outro grande destaque da tracklist.
Em contrapartida, o lado B de Harry’s House tem o objetivo de ser mais calmo e um tanto melancólico. Folks como “Little Freak”, “Keep Driving” e “Boyfriends” resgatam um estilo simplista que o artista já explorava nos dois primeiros discos. Enquanto “Daylight”, “Satellite” e “Love Of My Life” são mais enriquecedoras para o conceito de inovação que o novo trabalho do cantor sugere.
No que se refere às composições, o álbum fala sobre temas como liberdade, amor, coração partido e superação. Contudo, a ênfase maior merece ser dada para “Matilda”, uma das mais belas e comoventes da discografia do ex-integrante do One Direction. A música teve inspiração na história de vida da protagonista do filme de 1996 e, nela, Harry se direciona à garota dizendo que ela não deve se desculpar por ir embora de casa, crescer e se libertar porque sua família nunca lhe deu amor.
Em síntese, o britânico mostra originalidade, crescimento artístico e reafirma sua personalidade no novo disco — o qual você vai querer escutar mais de uma vez e sem pular nenhuma música.